domingo, 11 de janeiro de 2009

Sari, a vestimenta indiana.

Sari ou saree é a peça mais famosa do guarda-roupa feminino indiano. O Sari se resume em um tecido inteiro, e pode ter de 4 a 9 metros. Ele normalmente é usado com uma anágua (conhecida como pavada / pavadai no sul e no leste da Índia, Shaya), e com uma blusa denominada choli ou ravika formando a peça. O choli tem mangas curtas e é geralmente um pouco decotado e, como tal, é particularmente bem adaptado para vestir nos verões do Sul da Ásia. Cholis podem ser de manguinha ou presos no pescoço, este é normalmente mais suntuoso com um monte de enfeites, como espelhos ou bordados.
Na foto acima eu estou usando o estilo de sari mais comum utilizado pelas mulheres indianas, a ponta final é presa ao redor da cintura, em seguida, drapea-se parte do tecido de forma que as pernas tenham livre movimento, novamente transpassa-se o tecido ao redor da cintura, mas dessa vez em direção ao ombro, prende-se com um broche deixando o lenço livre para cobrir a cabeça ou parte do outro ombro, se preferir deixa-se solto.


Origem do Sari

A história do vestuário indiano, propriamente o sari, floresceu em 2800-1800 AC na Índia (Gujarat e Rajastão) e Paquistão (Punjab e Sindh, províncias). As primeiras imagens conhecidas do sari no subcontinente indiano é a estátua de um padre vestindo um tipo de saia drapeada.

Na antiga tradição indiana e no Natya Shastra (um antiga escritura indiana descrevendo dança e o figurino), o umbigo do Supremo Ser é considerado a fonte de vida e da criatividade, portanto, o diafragma, deve ser deixado nu pelo Saree. Alguns historiadores acreditam que o traje masculino dhoti, que é a mais antiga peça drapeada indiana, é o precursor do sari. Dizem que até o 14º século, o dhoti foi usado tanto por homens como por mulheres. Esculturas das escolas de Gandhara, Mathura e Gupta mostram Deusas e dançarinos vestindo o que parece ser um dhoti.
Um ponto de particular controvérsia é a história da choli, ou blusa do sari. Alguns pesquisadores afirmam que esta não era conhecida antes dos britânicos chegarem na Índia, e que foram introduzidas para satisfazer a tradição vitoriana, que era totalmente puritana. Anteriormente, as mulheres usavam apenas um pano drapeado e casualmente mostravam a parte superior do corpo e mamas. No Sul da Índia, é de fato documentado que as mulheres de muitas comunidades usavam apenas o sari, mostrando a parte superior do corpo até o século 20. Referências de trabalhos como Shilappadikaram indicam que uma única peça de vestuário inferior servia como vestuário, deixando o peito e o diafragma completamente descoberto. Ainda hoje, as mulheres em algumas áreas rurais não usam cholis.


Cores e estamparias

Algumas cores utilizadas pelas mulheres indianas, principalmente no que se refere a sari tem muito significado: vermelho representa o fogo, laranja o nascer do sol, ocre o sangue, rosa a mãe terra, verde a mãe natureza.

Como a Índia é um país com muita diversidade varia-se o tipo de estamparia utilizada de acordo com a região, em Haryana e partes de Uttar Pradesh e Rajastão, se usam saris estampados com desenhos chamativos, usualmente com flores grandes e em cores brilhantes, como: laranja, azul turquesa, rôxo e amarelo. Entretantos os saris deste país tem tons mais suaves com desenhos geométricos. Para festas importantes e casamentos se usam saris de seda bordados, como os que são fabricados em Varanasi e Kajinvaram, um pequeno povo na região de Madras. Antigamente esses tecidos eram produzidos com fios de ouro e prata, atualmente se usam metais mais econômicos, entretanto a qualidade e beleza destes ainda continua a mesma, passada de geração em geração.
Om Sai Ram!!!
Nara Freire.
Fonte: wikipedia e La India (leyendas y costumbres).





sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Costumes de Casamento Indiano

Esta linda moça de vermelho é Farhat Wali, ela tem 28 anos e é irmã de um grande amigo meu da região de Kashmir, na Índia. Nesta foto ela estava se preparando para seu casamento com um elaborado desenho de mehndi, e ao redor está o clã feminino de sua família. A cerimônia ocorreu há 6 meses atrás.

Umas das mais importantes ocasiões na qual o Mehndi é utilizado são nas cerimônias de casamento. O Mehndi Raat (noite da henna), antecede a celebração, na qual já se iniciam uma parte das festividades. Esta é uma tradição em si mesmo, e tem permanecido a mesma por muitos anos.

É habitual o noivo prover a noiva e outros membros femininos da família com henna. Normalmente as mães de ambos os noivos derramam um pouco de henna nas palmas do futuro casal antes de iniciarem os desenhos, isso trará sorte e felicidade à união. O evento do mehndi é a oportunidade perfeita para as mulheres de ambas as família se conhecerem melhor, como a aplicação demanda tempo, elas contam histórias, cantam e se divertem até o fim do "ritual".
O mais popular conto sobre as tradições do mehndi afirma que a futura noiva não poderá executar nenhum trabalho manual até que o desenho da henna saia completamente do corpo. Durante o primeiro mês de casada, uma criada irá fazer todas as suas obrigações domésticas, incluindo banhá-la, logo a noiva não precisará usar suas mãos para muita coisa, preservando assim o mehndi, isto possibilita a mesma usar seu farto tempo livre para conhecer melhor os membros de sua nova família. Outra história fala que quanto mais tempo a henna permanecer escura na pele, mais a mãe do noivo irá amar sua nora.

Alguns processos de aplicação de henna podem levar até 24 horas e requer uma paciência considerável por parte da noiva. Isto comprova que a mais paciente das noivas poderá receber o mais elaborado desenho e a mais durável pintura, provando que ela foi naturalmente dotada com o presente da paciência, ou estava disposta a aprender esta qualidade. Até hoje, em muitas vilas, é com a sogra que a noiva gasta a maior parte de seu tempo antes de casar, então é vital que elas tenham uma relação harmoniosa.

Na imagem ao lado Farhat está pacientemente recebendo seu elaborado desenho com características de peacock (pavão), este é um dos estilos mais tradicionais de mehndi para as noivas indianas, pois sugere amor e desejo durante a união.
Outro costume popular é o de esconder as iniciais do futuro marido no desenho de mehndi. Na noite de núpcias a noiva pede ao noivo para encontrar as iniciais que foram camufladas no mehndi recebido, se ele obtiver sucesso, significa que o mesmo irá dominar a parceira no casamento, mas se ele falhar, a esposa será a única a ditar as regras na relação.

Em algumas seitas, especialmente em Punjab, o noivo pinta sua mão com henna e deixa a marca sobre a parede de sua casa como um lembrete do evento especial e como símbolo de que ele está se tornando um homem. Muitas famílias preservam a marca o tempo que for possível.

A associação do mehndi com a alegria e celebração é considerada como algo tão sagrado que uma viúva não poderá mais tocar em henna, pois não é mais admitido a ela sentir alegria, sua associação com a alegria é cortada por Deus, como se ela fosse excluída de todas as suas funções sociais. É considerado má sorte uma noiva cruzar o olhar com uma viúva antes do casamento.

Não só no casamento, a henna também está presente em outros significantes eventos e ocasiões especiais, isto inclui o pooia (orações sagradas) antes do nascimento de uma criança e cerimônias como o Karwa Chouth, onde as mulheres hindus rezam para a saúde e longa vida de seus maridos. Todas estas ocasiões especiais são celebradas através da aplicação de mehndi nos pés e mãos de mulheres com delicados e elaborados desenhos.



Om Sai Ram!!!

Nara.

A arte do Mehndi


Mehndi é a palavra indiana usada para henna. A pintura do corpo com a henna representa uma experiência terapêutica e espiritual, na qual é uma das razões para ela nunca ser realizada com pressa.
Depois que os Magnatas trouxeram a arte mehndi do centro-oeste (Egito) no séc. XII, isto rapidamente se espalhou pela Índia e Bangladesh.

Os desenhos mehndi geralmente estão ligados a crenças e práticas religiosas. Por exemplo, uma pessoa islã reza com os braços totalmente abertos e suas palmas estão voltadas para cima, logo, para não se destrair da oração, suas mãos só poderão ser decoradas com desenhos abstratos, evitando assim desenhos com formas mais específicas.

Na Índia, só a parte superior do umbigo é considerada sagrada, então muitos símbolos religiosos podem ser desenhados neste espaço, tal como o OM (símbolo universal) ou a Swastika (o sinal da pureza). As dançarinas se utilizam do mehndi nas palmas de suas mãos, deste modo, o público pode ver seus movimentos à distância, ajudando a melhorar suas performances.

CURIOSIDADES: traços de henna foram encontrados sobre as mãos de uma múmia de 5 mil anos, sugerindo que o Mehndi data do antigo Egito. Existe um velho ditado árabe que diz: "Se eu não falar a verdade, eu não oferto minhas mãos para a henna". Indicando a importância do mehndi para esta civilização, tanto que eles a usavam para afastar espíritos do mal e forças espirituais perigosas. A henna também era utilizada como um cosmético por mulheres privilegiadas que gastavam horas embelezando-se, pintavam as unhas, pele e cabelo com o preparo do mehndi através de uma planta chamada lawsonia inermis.

Fonte: the art of Mehndi por Sumitra Batra


Om Sai Ram!!!
Nara.